Passa para alguns, enquanto aos outros permanece em incógnita.
-- Você ainda é ??
As unhas, a mata, o cabelo... crescem. Inevitavelmente.
No vai-e-vem das luas, apontam o andamento orgânico da vida.
O fio da navalha dilacera os fios despontados
( há de se ser mulher, para compreender
o porquê das pontas duplas..)
Ainda podados, contudo, cada fio em fonte
guarda o DNA etéreo do que se foi.
E o que se é.
-- Seus sonhos cresceram como seus cabelos?
Se lembra das histórias dependuradas nesses fios emaranhados de azul?
O rio, o mar, o porto...
O ponto de fuga onde as perspectivas se encontram;
o ponto de fusão onde os domingos amanheciam seguros
de fonemas e folhas...
Pouco a pouco, o pólo se vê mais longe;
e não há pente que desate os elos,
feitos e refeitos a tempos e tempos a fio.
Das raízes, restaram dúvidas.
Das pontas, apatia e receio.
-- Corta.
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