sexta-feira, 28 de março de 2014

:: era feito de vento ::

Sim. Estava completo.
Repleto de si e da areia alheia q lhe permeava. 
- Há tempos pelo outro disposto, aquele brio era, agora, sua própria aura. 

Não havia vazio se não do céu q se entrega à cadência luminosa das constelações em brasa.
Não havia o que, sequer, ser entregue - tudo já estava posto, transposto, leve. 

Ela tangia o rio - logo mar - q às noites contemplava.
Agradecia em silêncio, o luar - quase azul - q a completava.



quinta-feira, 27 de março de 2014

quarta-feira, 26 de março de 2014

De tão perto, tão dentro,
ecoava baixo, fazia um vácuo.
- transcendia o vazio dos relógios,
as léguas pelo chão entreposto, 
o breu do verbo em repouso.

:: era brio-luar, era mar, era mais ::

:: Logo além, orvalho ::

Longínquos são os selos,
do peito que se desdobra e abre.
Ébrio,
pulsa, 
vê, 
invade.
Inventa manhãs de floresta, 
água e mate. 
Imagina o céu e silencia 
- bem sabe quão já é tarde...

Deixa ao sereno a missão 
de se cumprir a senda
de musgo,
 signos,
sintaxes
Vontade..:
semente que flui e arde.

sábado, 22 de março de 2014

PalavrasSãoChaves

Dispostas ao papel - alvo como a mente de quem nasce ou morre - delineiam em verso o sopro de uma vida extensa (existência escrita..)

...São a senda por onde se desprende o silêncio. Sorrateiro, sinestésico; fugaz em essência.

..1 dia, 3 noites; 1 sempre sendo pra lhe soar aos tímpanos esses rascunhos todos. Tortos, libertos; completos quando da cumplicidade de seus pontos postos, suas vírgulas adjacentes.

:: Lês?

..exclamaria como quem descobre a aurora por detrás da rocha. Ainda plena, manteria as interrogações infindas sobre o que eh, como foi; de onde será a fibra, a grafia, a língua.

Pautaria as notas de sua fala falha; os hífens de sua rima rica.
Pontuaria os portos deste rio-mar (violeta, anil), até o deleite inóspito 
da reticência.

quinta-feira, 20 de março de 2014

#Tanka confesso


Da flor, o enredo:
céu no mar violeta
- na rocha, vereda

Da vista, o desejo
O marujo, pretexto




quarta-feira, 19 de março de 2014

:: rima oculta ::

Corações sem casa, sem casca;
sem rumo, só o sumo 
- sumiço numa noite clara.

Nostalgia...
qual maré
vem e passa.
Ao que não,
poesia, fé.
Bem-aventurança
e 1 dose rasa
de razão 
e cachaça.


Poeira

..estranho chegar em ksa as vezes neh?! 
As coisas paradas, intocadas - são nada se vc não for..
Eh como chegar ao passado parece.. Presente..
'Q disco q ta no som mesmo?' 
- Play: lembrei o que era antes de tudo isso..

quarta-feira, 12 de março de 2014

#DeixaFluirComAmor

Fluida qual água, a vida escorre liberta - se encontra, em seu peito, horizonte. 
Em desapego, contorna as pedras, atravessa as selvas - sabe, sente, eh..o propósito final, do infinito-mar.

:: eles relva, eu rio::


terça-feira, 11 de março de 2014

Só o céu saca

1 cá,
Outro lá...
1 sem,
Outro som...
1 sim
Outro só...
- e um 3...

Em si, 
Permanecer ao Sol
- no silêncio do céu
Q voa e sabe

segunda terça

Tinta do vinho,
a noite se dispõe inteira.
E desperta amanhã - já hoje;
Cedo.. 
- suave demais
pra 1 terça-feira.

quarta-feira, 5 de março de 2014

:: fecha os olhos e vê de verdade ::

Ao redor olhou, buscou, tocou.
Deu voltas, andou, andou, andou.
- D tanto mirar a fora, se esqueceu de minar a fonte; aguar as ervas, de seu quintal que minguou, chorou, secou.

(fazia as vezes de um homem pleno, o peito estufado e o coração doente.) 


- como 1 mantra..

"Eu te amo. Eu te respeito. Amo estar contigo, passar meu tempo contigo. 
Mas eu não preciso de ti para o meu contentamento.
Tu não és responsável pela minha felicidade. 
Nunca foste nem serás a culpada pela minha infelicidade. 
Estás já liberta do intolerável fardo de ter de viver de acordo com minhas expectativas, de ter de se encaixar as minhas infinitas necessidades, de ter de me completar.
Sou completo tal como sou. Eu te amo. Eu te respeito, tal como és." 

Jeff Foster (versão livre)
Gratidão pelas pérolas
Que ficam,
Apesar das pedras.

Dia da Mulher

Bom mesmo eh saber da cumplicidade, de olhares como esse (tantas vezes de longe apenas, lhe amparam com as retinas de quem tão pouco compreende e, ainda assim, lhe velam os passos, as ruas anoitecidas..)
Nesse caos místico-hormonal todo (!!) tanto apazigua a constância e estabilidade q só os homens contêm plenamente..
>> meninos, vcs são liindos!!

#diadamulher #GiveThanks o/

Mulheres são rosas - por Rodrigo Teixeira

Cresci rodeado de mulheres. Lembro de minha bisavó Gasparina sentada em sua poltrona ao lado da janela vendo o movimento da pacata rua de Caçapava do Sul, interior do Rio Grande do Sul, onde vivi até os 10 anos. Nesta casa de minha bisavó, morava minha avó Dezembrina e sempre estava cheia com as presenças de minhas várias tias-avós. Minha mãe Maria Lúcia tem ainda mais cinco irmãs – Marilaine, Nair, Rita, Fátima e Maria Silvia – e tenho uma irmã – Luciana – que é três anos mais nova do que eu. Ainda tinha minhas avós Marta e Dama...

Quando se é ainda criança e pré-adolescente, o universo feminino é cheio de atrativos. Pelo menos para mim, era sinônimo de carinho, compreensão, ensinamentos e alegria. Você vai virando “homenzinho” e a coisa começa a mudar de figura. O clima atrativo também começa a revelar seus “porém, contudo, todavia...” e finalmente está aberta o emocionante mundo da relação afetiva com o sexo oposto. Aqui, lembro de um livro que foi muito divertido e interessante de ler quando se ainda está aprendendo a sobreviver no ringue nada estático das paixões e amores: “Mulheres”, de Charles Bukowski.

"O melhor é esquecer de tudo quando uma mulher se volta contra você. Elas podem te amar um tempo; mas um dia dá um clique, e, então veem você morrendo atropelado na sarjeta e ainda cospem em cima", escreve no livro em que o famoso escritor bebaço relembra seus inúmeros relacionamentos. Inexperiente, não sabia muito bem o que Bukowski queria dizer, mas dois casamentos se passaram e entendi palavra por palavra do “velhote”. O imponderável está sempre presente quando se mergulha no universo feminino e são poucos os homens que conseguem entender e tirar proveito disso.

A briga entre homens e mulheres, seja entre casados ou namorados, muitas vezes é tratada como aditivo do relacionamento. Assim como muitos pais se gabam de ter levado o filho para a zona de meretrício (me senti velho agora), a agressão é colocada às vezes como a pimenta para aumentar a temperatura entre quatro paredes. "Eu não digo que toda mulher gosta de apanhar. Só as normais. As neuróticas reagem", alardeava o polêmico escritor Nelson Rodrigues. O incentivo continua em músicas como o funk “Tapinha Não Dói”, composto por uma mulher, atenção, “Entre Tapas e Beijos” e tantas outras.

Vamos separar o joio do trigo. Uma coisa é a fêmea ter estilo “rodrigueano”, algo que só compete a ela (e ao parceiro) decidir até que ponto levar. Surra de amor não vale, vamos combinar. Outra coisa bem diferente é a violência contra a mulher indefesa, aquele ato covarde que fez com que nosso país tivesse a lei Maria da Penha e que, mesmo assim, não livra o Brasil de ser um dos que mais agride o sexo feminino. Lembro de uma frase de uma música do Titãs – “todas as mulheres são loucas, a começar pela mãe da gente”. Mas, pensando bem, deve ser enlouquecedor mesmo estar dentro de um corpo feminino. Este pedaço sagrado da divina comédia humana que, sem ele, seríamos todos Adão sem destino. “Em mulher não se bate nem com uma rosa”, escutava minha avó Dezembrina falar enquanto tomava seu chimarrão.