terça-feira, 1 de novembro de 2011

Presente de artista


Tal qual a beleza, a paisagem está nos olhos de quem vê.
O espaço por si só, é apenas espaço.
É o olho que, em contemplação,
seleciona um punhado dele.

Com a poesia, é igualzinho.
A coisa pode até ser áspera, rígida e tals.
Só que até a mais dura pedra,
o poeta faz limar diamante.
Um toco, uma pena e até um boeiro:
Tudo é passível de se tornar 1 poema.

Assim também pode-se dizer da pintura.
As cosas estão aí, desde sempre.
Sempre iguais.
Aí, vem um fulano-alguém,
e recorta essa realidade em cores.
(ele põe para os outros verem
esse mundo que gira dentro dele).

Desse modo, vê-se:
Todo artista é arquiteto!
Constrói sonhos e até rachaduras.
E é iluminador também:
Dá o devido foco aos tesouros comuns,
que passam batidos
na pressa do seu dia-a-dia.

Ainda dá pra dizer,
que cada coisa em si
(dentro da infinidade de coisas que tem pelo mundo)
carrega, junto com a seiva ou o sangue,
 a cor e o traço,
a melodia e o laço.

(tá tudo alí, é só amarrar).



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