quarta-feira, 5 de março de 2014

Dia da Mulher

Bom mesmo eh saber da cumplicidade, de olhares como esse (tantas vezes de longe apenas, lhe amparam com as retinas de quem tão pouco compreende e, ainda assim, lhe velam os passos, as ruas anoitecidas..)
Nesse caos místico-hormonal todo (!!) tanto apazigua a constância e estabilidade q só os homens contêm plenamente..
>> meninos, vcs são liindos!!

#diadamulher #GiveThanks o/

Mulheres são rosas - por Rodrigo Teixeira

Cresci rodeado de mulheres. Lembro de minha bisavó Gasparina sentada em sua poltrona ao lado da janela vendo o movimento da pacata rua de Caçapava do Sul, interior do Rio Grande do Sul, onde vivi até os 10 anos. Nesta casa de minha bisavó, morava minha avó Dezembrina e sempre estava cheia com as presenças de minhas várias tias-avós. Minha mãe Maria Lúcia tem ainda mais cinco irmãs – Marilaine, Nair, Rita, Fátima e Maria Silvia – e tenho uma irmã – Luciana – que é três anos mais nova do que eu. Ainda tinha minhas avós Marta e Dama...

Quando se é ainda criança e pré-adolescente, o universo feminino é cheio de atrativos. Pelo menos para mim, era sinônimo de carinho, compreensão, ensinamentos e alegria. Você vai virando “homenzinho” e a coisa começa a mudar de figura. O clima atrativo também começa a revelar seus “porém, contudo, todavia...” e finalmente está aberta o emocionante mundo da relação afetiva com o sexo oposto. Aqui, lembro de um livro que foi muito divertido e interessante de ler quando se ainda está aprendendo a sobreviver no ringue nada estático das paixões e amores: “Mulheres”, de Charles Bukowski.

"O melhor é esquecer de tudo quando uma mulher se volta contra você. Elas podem te amar um tempo; mas um dia dá um clique, e, então veem você morrendo atropelado na sarjeta e ainda cospem em cima", escreve no livro em que o famoso escritor bebaço relembra seus inúmeros relacionamentos. Inexperiente, não sabia muito bem o que Bukowski queria dizer, mas dois casamentos se passaram e entendi palavra por palavra do “velhote”. O imponderável está sempre presente quando se mergulha no universo feminino e são poucos os homens que conseguem entender e tirar proveito disso.

A briga entre homens e mulheres, seja entre casados ou namorados, muitas vezes é tratada como aditivo do relacionamento. Assim como muitos pais se gabam de ter levado o filho para a zona de meretrício (me senti velho agora), a agressão é colocada às vezes como a pimenta para aumentar a temperatura entre quatro paredes. "Eu não digo que toda mulher gosta de apanhar. Só as normais. As neuróticas reagem", alardeava o polêmico escritor Nelson Rodrigues. O incentivo continua em músicas como o funk “Tapinha Não Dói”, composto por uma mulher, atenção, “Entre Tapas e Beijos” e tantas outras.

Vamos separar o joio do trigo. Uma coisa é a fêmea ter estilo “rodrigueano”, algo que só compete a ela (e ao parceiro) decidir até que ponto levar. Surra de amor não vale, vamos combinar. Outra coisa bem diferente é a violência contra a mulher indefesa, aquele ato covarde que fez com que nosso país tivesse a lei Maria da Penha e que, mesmo assim, não livra o Brasil de ser um dos que mais agride o sexo feminino. Lembro de uma frase de uma música do Titãs – “todas as mulheres são loucas, a começar pela mãe da gente”. Mas, pensando bem, deve ser enlouquecedor mesmo estar dentro de um corpo feminino. Este pedaço sagrado da divina comédia humana que, sem ele, seríamos todos Adão sem destino. “Em mulher não se bate nem com uma rosa”, escutava minha avó Dezembrina falar enquanto tomava seu chimarrão.

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